Dissertação
do texto A lingüística e Língua de Sinais Brasileira
A lingüística
é o estudo cientifico das línguas naturais e humanas. Sem o desenvolvimento da lingüística
não seria possível a integração da vida em sociedade, pois seria impossível
acontecer comunicação.
As línguas
naturais podem ser entendidas como arbitrarias e/ou como algo que nasce com o
homem. Esses são pensamentos filosóficos de Platão e Aristóteles. Este último
era naturalista quanto às palavras, pois consideravam que as coisas eram
infinitas e as palavras eram finitamente determinadas pelos seres humanos. Característica
da lingüística estruturalista (Saussure, 1916). Ciência que trata a língua como
a essência da linguagem.
Já Platão era
naturalista quanto às palavras, assumindo que a linguagem nasce com o homem. Característica
da lingüística gerativa (Chomsky, 1957). Estudos dos princípios que regem a
linguagem.
Ambos os filósofos com suas
idéias foram responsáveis pelo desenvolvimento de conceito que contribuíram
para o aprofundamento de estudos da lingüística estruturalista e gerativa.
A lingüística
pode ser definida como o estudo científico da língua natural humana, porém
vários autores deram suas contribuições com definições relacionadas a tal
questão.
Saussure
(1995, p. 17) coloca que “língua não se
confunde com linguagem: é somente uma parte determinada, essencial dela,
indutivamente. É ao mesmo tempo, um produto social da faculdade de linguagens e
um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir
o exercício dessa faculdade nos indivíduos”. Bloch e Trager (1942, p. 5)
afirmam que “uma língua é um sistema de
símbolos vocais arbitrários por meio do qual um grupo social co-opera”. Para
Hall (1968, p. 158) a língua(gem) é “a
instituição pela qual os humanos se comunicam e interagem uns com os outros por
meio de símbolos arbitrários orais-auditivos habitualmente utilizados”. Bloch
e Trager (1942) e Hall (1968) aplicam a definição de língua somente às línguas
orais-auditivas. Robins (1979ª, p. 9-14) ressalta que as línguas são “sistemas
se símbolos (...) quase totalmente baseados em convenções puras ou
arbitrárias”, enfatizando, contudo sua flexibilidade adaptabilidade. Chomsky
(1986), o conceito de língua pode ser analisado considerando-se duas
perspectivas: a língua externa e a língua interna.
Diante dos
conceitos que formam a estrutura da lingüística, percebe-se que a língua
brasileira de sinais é uma língua natural, pois, uma língua natural é uma
realização especifica da faculdade de linguagem que se dicotomiza num sistema
abstrato de regras finitas, as quais permitem a produção de um número ilimitado
de frases, vindo a gerar a comunicação entre os seus usuários.
As línguas de
sinais são consideradas línguas naturais e, conseqüentemente, compartilham uma
série de característica que lhes atribui caráter especifico e as distingue dos
demais sistemas de comunicação, portanto, um sistema lingüístico legitimo e não
um problema do surdo ou como uma patologia da linguagem.
Portanto,
podemos analisar variadas concepções, que mostram conceitos abstratos sobre as
línguas de sinais são eles:
A língua de
sinais seria uma mistura de pantomima e gesticulação concreta, incapaz de
expressar conceitos abstratos. No entanto, podemos ver que as línguas de sinais
expressam variados conceitos abstratos.
Haveria uma
falha na organização gramática da língua de sinais, que seria derivada das
línguas de sinais, sendo um pidgin sem estrutura própria, subordinado e
inferior às línguas orais. As línguas de sinais são independentes das línguas
faladas nos países que são produzidas.
A língua de
sinais seria um sistema de comunicação superficial, com conteúdos restritos,
sendo estética, expressiva e lingüisticamente inferior ao sistema de
comunicação oral. Não há limites práticos para a ordem, tipo ou qualidade de
uma conversação em sinais, exceto aqueles impostos pela memória, experiência
conhecimento do mundo e inteligência. Em relação a isso as línguas de sinais
não são diferentes das línguas orais.
As línguas de sinais derivam da comunicação
gestual espontânea dos ouvintes.
As línguas de
sinais, por serem organizadas especialmente, estariam representadas no hemisfério
direito do cérebro, uma vez que esse hemisfério é responsável pelo
processamento de informação espacial, enquanto que o esquerdo, pela linguagem.
Essas são as concepções inadequadas em relação a esta modalidade de língua. Todos
esses conceitos abstratos mostram os critérios de uma língua genuína e complexa
que a língua de sinais.
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
QUADROS, Ronice Muller de.
KARNOPP, Lodenir Becker. Língua
Brasileira de Sinais: Estudos Lingüísticos. Porto Alegre. Artmed 2004.
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